CONHECENDO UM POUCO DA HISTÓRIA DA GRUTA DO LAGO AZUL
Descoberta em 1924 por um índio Terena, a Gruta do Lago Azul é uma das mais importantes cavernas do patrimônio espeleológico nacional e um dos mais importantes atrativos naturais de Bonito - Mato Grosso do Sul. O excepcional valor paisagístico, foi motivo para seu tombamento pelo IPHAN(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Além da paisagem subterrânea, a caverna apresenta concentração de fósseis de mamíferos pleistocênicos e conjunto de minerais raros, na forma de frágeis aglomerados, também local da presença de crustáceos endêmicos que habitam o lago subterrâneo. Em função de ser uma caverna com grande abertura para o exterior, possibilita iluminação natural, proporcionando atividade turística de baixo impacto ambiental, a qual pode ser ainda mais aprimorada com a definitiva implantação do Monumento Natural Gruta do Lago Azul.
Em 1990 foi descoberto e descrito o crustáceo Potiicoara brasilienses, a primeira espécie endêmica de cavernas da Serra da Bodoquena. Os mergulhos de exploração começaram a ser realizados em 1992 com a Expedição Franco-Brasileira de espeleomergulhadores, que encontraram uma série de fósseis de mamíferos que viveram durante o período geológico do Pleistoceno. Após essas descobertas, o acesso ao lago ficou restrito. Os mergulhos de exploração realizados até o momento chegaram há uma profundidade de 96 metros.
A história geológica registrada na Gruta do Lago Azul tem que ser dividida em dois estágios, o primeiro relativo à origem das rochas onde a caverna vem se formando e o segundo relativo à formação da própria caverna e do relevo associado.
SUAS FORMAÇÕES
A Gruta do Lago Azul desenvolve-se em dolomitos da Formação Bocaina do Grupo Corumbá, rochas que apresentam a característica de serem solúveis sob a ação das águas ácidas, proporcionando o desenvolvimento de paisagem cárstica da região. Os carbonatos do Grupo Corumbá formaram-se no Neoproterozóico, provavelmente entre 580 e 540 milhões de anos atrás, após um período sob o qual o planeta encontrava-se sob uma glaciação que se supõe ter sido muito intensa, com a possibilidade de a Terra ter ficado totalmente coberta pelo gelo. O registro desta glaciação é encontrado na região, na forma de conglomerados da Formação Puga.
Após a glaciação ter-se-ia aberto um oceano através da separação de massas continentais, antes aglutinadas na forma do supercontinente Rodínia. Nesse oceano ocorriam apenas formas primitivas de vida, na sua maioria microbianas, que proporcionaram intensa sedimentação carbonática do Grupo Corumbá. Ao final da sedimentação dos carbonatos, antes da transição do Pré-Cambriano com o Fanerozóico, teriam surgido as primeiras formas de vida animal na forma dos fósseis Cloudina e Corumbella. Por volta de 520-530 milhões de anos atrás, as massas continentais, antes separadas, passaram-se a se aproximar e os sedimentos anteriormente depositados foram intensamente dobrados e onde era um oceano formou-se elevada cadeia de montanhas (Faixa de Dobramentos Paraguai) com as rochas carbonáticas ficando expostas e sujeitas à erosão até os tempos atuais.
Inicia-se assim o segundo capítulo da história geológica do sítio, relacionado ao esculpimento do atual relevo e evolução da fauna e flora e, de uma forma geral, da atual paisagem que caracteriza a região, o qual teria se iniciado por volta de 60 milhões de anos atrás, no início da Era Cenozoica, sem que seja possível definir com precisão quando teria dado início a formação da Gruta do Lago Azul, com as demais cavernas da região, as quais, continuam em processo de formação.
Em 1992 foram descobertos no interior do lago fósseis de animais pré-históricos como o Tigre Dente de Sabre(Smilodon Populator) e a Preguiça Gigante(Megatherium) que viveram durante o período geológico do Pleistoceno - 10.000 a 15.000 anos.
O tigre Dentes de Sabre Sul-americano(Smilodon populator) cujo nome faz referência aos enormes dentes de 28 cm. Viveu durante o Pleistoceno na América do Sul. Essa espécie era a maior espécie do gênero Smilodon e um dos maiores felinos que já existiu, chegava a medir 1.20m de altura por 2.10m de comprimento e pesava até 360 kg. Apesar do nome populator de Tigre dente de sabre, os smilodons não são parentes próximos dos tigres atuais, se separando da linhagem dos atuais felinos a cerca de 16 milhões de anos atrás. Possuía os incisivos projetados para frente, permitindo-lhes morder suas presas sem lesionar os seus enormes caninos, proporcionando assim uma face mais comprida do que os outros modernos.
Há evidências de que os Smilodons tivessem um comportamento de grupo, semelhante ao dos leões atuais, vistos que foram encontrados fósseis que apresentavam fraturas regeneradas que impossibilitaram o animal de caçar, evidenciando que o bando teria auxiliado o animal impossibilitado de caçar. Possuía um rabo curto, pernas fortes, um corpo e pescoço robusto e longos caninos, sendo comparáveis com os ursos atuais. Eram carnívoros poderosos, que atacavam suas presas através de emboscadas, agarrando as mesmas na região próxima do pescoço e as derrubando ao chão utilizando-se de sua força e peso. Em seguida desferiam o golpe final utilizando seus enormes caninos que rasgavam a garganta da presa, levando-a a morte rápida. Essas qualidades os tornavam capaz de abater presas como. Mamutes, Mastodontes, Preguiças-gigantes, bisões entre outros.
O Megatherium cujo nome significa “Besta Gigante” era uma preguiça gigantesca que viveu durante o Pleistoceno ha aproximadamente 15 mil anos atrás na América do Sul e do Norte, era do tamanho de um elefante e comia folhas como tal em enormes quantidades. Passava o dia todo comendo folhas de árvores e arbustos, utilizando sua língua comprida para obtê-las e manejando os galhos com suas garras que eram grandes e fortes. Apesar de enormes, os Megatheriuns eram criaturas pacíficas e muitos predadores pleistocênicos deviam atacá-los pela enorme quantidade de carne que elas podiam fornecer e por não serem velozes, evitando desperdício de energia na perseguição, mas com certeza elas podiam se defender muito bem no combate corpo a corpo, pois eram muito fortes uma patada de um Megatherium deveriam realizar um estrago.
QUAL MELHOR ÉPOCA DO ANO PARA VISITAR A GRUTA?
A melhor época para visitar a Gruta do Lago Azul é entre dezembro e janeiro, onde as incidências dos raios solares no lago deixam sua água mais transparente e visível.
O QUE LEVAR?
- Levar protetor solar;
- Repelente, água e câmera;
- Recomenda-se tomar um bom café da manhã;
- Uso OBRIGATÓRIO DE TÊNIS.